quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Mamã, quero jogar ao Monopólio

Quando andamos todos assustados, porque construímos a ideia de que os nossos filhos vão ser os cromos do século XXI se nada fizermos para o impedir. Que vão passar o resto das vidas agarrados aos computadores, às playstations e aos tablets. Que não vão saber estar em sociedade. Que se vão isolar. Que só vão conseguir falar com emojis e através das redes sociais.

Quando vivemos a estupidez ao cubo, por acharmos que tudo é definitivo e que a evolução e o progresso acabam sempre com o que está para trás e que o que substitui só pode ser pior. Quando todas estas ideias me passam também pela cabeça, eis que vem um miúdo de cinco anos ter comigo e que me prova que, afinal, eles continuam a gostar de ser crianças como nós na idade deles.

Continuam a gostar de estar ao ar livre e a brincar, sejamos nós pais capazes de perder uns minutos para o fazer com eles. Continuam a gostar de ir para a cozinha fazer bolachinhas em vez de passarem duas horas a jogar PES2017. E continuam a pedir só umas horas do nosso tempo para jogar ao Quem é Quem ou ao Monopólio. Assim sejamos nós pais capazes de lhes dar esse tempo.

Ontem, com um pouco de febre e algo murchito, o Rafael ficou por casa comigo. Conjugar o trabalho a partir de casa com um miúdo de cinco anos a pedir atenção e uma catraia de dois a fazer o mesmo, não é fácil. Mas deu para me relembrar que quando nos sabemos organizar e lhes dar a atenção que merecem, eles são crianças iguais às que nós erámos. E os jogos de tabuleiro são um sucesso em qualquer geração, desde que sejam mesmo bons. O Monopólio é, sem dúvida, um caso exemplar dessa qualidade.

No Natal, ofereceram-lhe o Monopólio Júnior. Mais simples, com as ruas substituídas pelo Parque de Diversões, o Jardim Zoológico, a Geladaria ou o SkatePark. As notas são só de 1M e o jogo flui com muito maior rapidez. Ele adorou! Jogou comigo. Tentou fazer batotice (porque tem um mau perder desgraçado) e ainda ouviu o avô, que chegou para lanchar, recordar que já no tempo dele de criança passava horas a brincar com os amigos ao Monopólio. Já nas férias de verão se tinham deliciado a jogar ao Quem é Quem, outro clássico da minha infância.

Também temos lá uns jogos específicos para ele aprender a escrever, ao estilo Scrable. Mas deixo esse para um outro post.




Entretanto, as bolachinhas de chocolate foram ao forno e ficaram bem direitinhas. Foi ele próprio que as moldou (aproveitando para lamber as mãos como um gatinho).




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