Nesta edição, vi os castings por alto. Não conheço os concorrentes. Não tenho favoritos
e nunca acompanhei as galas. Até ontem. O maridão foi jogar à bola, baby G.
estava a dormir e eu fui jantar de tabuleiro em frente à televisão. Estava na
SIC e por lá fiquei a ver os Ídolos. Não percebo grande coisa de música, não
sei se estão a cantar em Sol ou a desafinar em Ré. Apenas sei dizer se gosto ou
não. Era o dia de Portugal e todos
escolheram uma música portuguesa para cantar. E estava tudo a correr normal: a Claúdia Viera a sorrir, João Manzarra a dizer piadas…até que uma das concorrentes
se esquece da letra em direto. Coitada. Foi a primeira coisa que me veio à cabeça. Ela ameaçou
chorar, mas lá se recompôs e continuou a cantar: Um Brilhozinho nos Olhos do
Sérgio Godinho. Pessoalmente gosto muito da música e não gostei nada da versão da concorrente. Mesmo que ela não se
tivesse enganado a coisa não lhe estava a correr nada bem. Mas, enfim, ela tem mérito por ter continuado. Afinal qual a apresentadora que nunca se enganou em direto,
a modelo que nunca tropeçou na passarela, o jornalista que nunca disse uma
gralha. Quem nunca falhou que atire a primeira pedra. Eu gostei da atitude, mas apesar disso, pensei “já foste”.
Os outros estavam a cantar muito melhor, receberam boas criticas e
portanto achei que a rapariga não tinha hipóteses. Enganei-me. Não é que ela
nem ficou nos três menos votados. Como é que é possível? Será que as
pessoas ficaram com pena dela? Será que a quiseram premiar por não ter
desistido? Isto é um concurso para cantores e a empatia do artista com o
público é fundamental. Vai-se a ver, ela ter-se esquecido da letra foi o melhor
que lhe podia ter acontecido, porque ela estava a cantar mal e com o lapso,
as pessoas ficaram apiedadas e comovidas. Ok, até percebo. Mas será justo? A
concorrente que saiu cantou muito melhor e, segundo os júris, não merecia abandonar
o concurso. Vai daí pus-me a pensar: Seremos nós um país de pessoas solidárias
que se compadecem dos que falham ou de pessoas que gostam de coitadinhos?
Acho que somos um país que gosta dos coitadinhos... um país que solidário, é certo, mas que muitas vezes não consegue ser realista e pragmático. Acho que esse é também um dos motivos por estarmos na situação em que estamos... não premiamos o mérito, premiamos quem nos aquece o coração e nos faz sentir que há quem seja pior que nós.
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