Na zona saloia, a tradição ainda é o que era. Pelo menos para nós. Não houve máscaras de Halloween - apesar de às 22h me ter aparecido um grupinho de miúdos mascarados à porta, a perguntar Doçura ou Travessura, o que deixou a Dona C. num pranto de assustada:). Houve sim um grupinho de 25 crianças - a sala do R. no jardim de infância - que se fez à estrada na segunda-feira e vieram bater-me à porta a pedir Pão Por Deus. Antecipado, é certo. Mas foi muito engraçado. Todos sentadinhos na minha sala e a fazer filinha para receber nos saquinhos feitos por eles com um pacote de leite, os rebuçados e chupas que tinha para lhes oferecer.
- R., gostaste de ter os teus amigos cá em casa a pedir Pão Por Deus?
- Adorei, Mãe!
Só por isto valeu a pena:)
Ontem, dia mesmo de Pão Por Deus, ele seguiu a tradição e foi com um amiguinho que vive na nossa nova rua, de porta em porta. Veio cansado, com dois sacos repletos de doces, mas com uma alegria contagiante. E eu voltei a ter 5 anos também e a recordar a ansiedade que era na noite anterior por saber que naquele dia ia pedir Pão Por Deus. Passava a noite a rezar para que não chovesse e isso nos impedisse. Era dia de estrear roupa nova e tão vaidosas que nós erámos neste dia. Vinha cansada, mas tal como ele, sempre muito feliz pela quantidade de doces que me adoçava a boca nos meses seguintes. Nunca fui fã das línguas de gato, mas adorava os beijinhos.
A pequenota ainda não foi, mas anda fixada em assaltar os doces do irmão.