Um ano e meio! Meu Deus, já passou tanto tempo. 18 meses a aprender a ser mãe. A desenvolver o meu instinto, a confiar na minha intuição, a ter medo, sim, às vezes, consigo ser muito medrosa, angustias, mas acima de tudo a amar todos os dias mais e mais e mais. A precisar apenas da tua alegria para me sentir feliz e mesmo que o dia tenha sido uma m****, não consigo deixar de sorrir quando te vejo feliz. Quando vens a correr com os braços esticados na minha direcção ao final do dia. Ficas tão feliz de me ver que começas às voltas sobre ti próprio, atiras-te para o chão e vais buscar pela mão para não me afastar.
É tão bom! É tão bom encher-te de beijos, fazer-te cócegas na barriga, atirar-te ao ar, ficar molhada das brincadeiras do banho e ofegante das nossas corridas pela casa. Gostas de brincar. Adoras esconder carros, bolas, peças, nas gavetas, nos armários, debaixo das almofadas. Viras-te para nós e fazes sinal com as mãos que não há. Nós fingimos que começamos à procura e tu começas a rir e passado segundos vais buscar as coisas com um sorriso traquinas, como quem diz 'está aqui'! Este mês esse esconde, esconde foi a tua brincadeira favorita. Também aprendeste a fazer desenhos, ou melhor riscos, e vens ao todos os dias ao escritório buscar canetas. Hoje comprei-te uns lápis de cera.
Bastes palminhas a ti próprio e sempre que ouves música ou que acaba um desenho animado. Sorris abertamente quando vês alguém que conheces e gostas! Sai um ohhhh da tua boca que é muito característico e que não consigo descrever em palavras.
É oficial, tens 16 dentes. Este mês nasceram os dois que te faltavam à frente e cheira-me que atrás também deves ter alguma coisa a incomodar-te. Mas não consigo ver tão bem. Andas há uns dias com diarreia e dar-te medicação continua a ser um terror. Se os xaropes já não eram fáceis, as saquetas para diluir em água são impossíveis. Não consigo fazer-te beber e tenho de te enganar e misturar com comida. Primeiro, não é tão eficaz. E depois, faz com que fiques desconfiado. Já misturei na tua água e nesse dia não quiseste mais o biberão. Só aceitavas água do copo e se me visses despejar da garrafa. Ontem misturei no leite e tu sentiste o sabor diferente. Ficaste tão triste e não quiseste beber mais. Versões em supositórios para todas as maleitas infantis davam imenso jeito... Fica a sugestão!
Já dormes a noite toda, mas nunca seguida na tua cama. O primeiro sono é lá, mas a meio da noite inevitavelmente vens para a nossa cama. Ficas a dormir de imediato, mas se tento voltar a pôr na tua cama acordas. Manhoso. Mas sinceramente já deixei de me stressar com isso. As noites são muito melhores e com o tempo vais aprender a dormir a segunda metade da noite na tua cama. Assim espero. Aliás tenho a certeza que aos 16 anos já não vais querer dormir com o pai e a mãe! =)))
Sempre gostaste de tomar banho, mas agora, desde que te sentas na banheira, estás viciado. Só não vais vestido e calçado porque eu te seguro, porque tu bem alças a perna. Continuas a não gostar do secador, mas agora com conversa para cá e para lá, e distraindo as tuas reclamações já te consigo secar o cabelo. Já não tinha paciência para secar com a toalha, que tu tens cabelo que nunca mais acaba.
Estás cada vez mais atento e esperto. Percebes as conversas todas, tens noção de quando estão a falar de ti e até já fazes gracinhas. Conheces bem as rotinas e pela manhã andas sempre agarrado à minha perna. Sabes que eu me vou embora e não gostas. O truque é não me veres sair. Se não vês, ficas bem, dás uma volta à casa à minha procura e continuas a brincadeiras com a avó. Se vês, não gostas e choras. Já sabes os caminhos e agora sempre que passamos a rotunda da casa dos avós, fazes sinal que queres parar. Sempre que sais do café, queres ir ao parque aqui perto e já sabes o caminho.
Continuas 'viciado' nas minhas mamas. Não sei se é por teres mamado até aso 15 meses, mas vira e mexe, já estás com a mão dentro da minha camisola. Fazes isso em várias ocasiões, mas especialmente em situações que te stressam.
Ainda não falas e não me parece que vás falar tão cedo. Não fazes esforço nenhum e mantens o teu hum-hum habitual sem te preocupares. Só te dás ao trabalho de dizer qualquer coisa do género dá, dá, dá ou olá, olá olá (numa versão atabalhoada, note-se) quando queres algo e nós não te damos e insistimos para falares.
E é isto. Um ano e meio de amor. O melhor ano e meio de sempre! E gostava de fugir ao cliché mas ser mãe é mesmo a melhor experiência do mundo.
Amo-te tanto traquinas! Todos os dias mais!