quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Ora nem mais!

Andava aqui às voltas há uns dias para arrumar as ideias num texto sobre o que penso da história do cão que matou a criança de 18 meses...

Acho que não preciso de escrever! Subscrevo antes o Daniel Oliveira (coisa rara em mim, é certo!)

"Mandam as regras que um animal doméstico que se demonstre perigoso ao ponto de pôr em risco a vida humana tem de ser abatido. Um cão de uma raça perigosa matou uma criança de 18 meses. Foi decidido o seu abate. 11 mil pessoas assinaram uma petição para impedir uma decisão de evidente bom senso. 

Dizem os subscritores desta petição: "“um cão que nunca fez mal durante oito anos e atacou é porque teve algum motivo”". A ver se nos entendemos: Os motivos dos animais para matar uma criança são irrelevantes, porque as crianças não podem correr risco de vida sejam lá qual forem os motivos. A decisão de abate de um cão não é uma forma de fazer justiça (por isso os motivos pouco interessam), mas de segurança. Escrever que "a criança e o cão são os dois inocentes desta história" é pornográfico. Crianças e cães, para os humanos, não estão no mesmo nível. Nenhum animal é abatido por ser "culpado" de nada. Até porque tal conceito é inaplicável a não humanos. Um animal doméstico, se se revelar perigoso para os humanos, não podem conviver com eles. É apenas disto que se trata e não de qualquer ato de justiça. 

Diz a petição: "“Se não se abatem pessoas por cometerem erros, por roubarem, por matarem...então também não o façam com os animais!” A comparação é de tal forma grotesca que chega a ser desumana. Eu sou contra a pena de morte. Eu como carne de animais que foram abatidos. Serei incoerente ou limito-me a não comparar o incomparável? Os animais não têm, para os humanos, o mesmo estatuto das pessoas. E quem acha que têm não percebe porque consideramos a vida humana um valor absoluto e indiscutível. 

Resumo assim: a vida do humano mais asqueroso vale mais do que a vida do animal doméstico de que mais gostamos. Sempre. Tendo tido (e continuando a ter) quase sempre animais domésticos (de que gosto imenso), parece-me haver em muitos defensores mais radicais dos direitos dos animais um discurso que relativiza os direitos humanos. Porque não compreendem a sua absoluta excepcionalidade" DANIEL OLIVEIRA

3 comentários:

  1. No comments... Devem sentir-se picadas ao rever-se na Pêpa... Com tanto problema no país, leiam os vossos posts e vejam quão fúteis são!

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    1. Caro Anónimo.
      Ajude-me a perceber quais são as futilidades de que fala. Será a dor pela perda de uma mãe?! SErá a preocupção com a apneia do sono, nos bébés? Serão as primeiras palavras de um filho? Será promover a ajuda às crianças do Exército da Salvação no Natal? Ou chocarmo-nos com a morte de uma criança de 18 meses? Sim, de facto parecem tudo futilidades.
      Ah, não, peço desculpa. Deve ser porque gostamos de roupa, acessórios ou música... Tem razão, com o país em crise temos que deixar de consumir, mesmo que não andemos a roubar ninguém e o façamos com o nosso dinheiro. Sim, porque será unicamente a pedir a paz mundo e o fim do desemprego que vamos fazer crescer a economia.
      Já agora, vivemos num país livre, sabe? Nós podemos escrever sobre o que nos apetecer e você pode não ler... aliás, não percebo para que o faz... que perda de tempo! Eu não perco tempo com gente que não interessa e só perdi consigo, porque um dos meus desejos para 2013 é esclarecer todos os ignorantes!
      Bom ano!

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  2. Nem mais. Não escreveria melhor. Eu sempre tive animais domésticos, mas cão é cão e homem é homem. Ponto.

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