sexta-feira, 28 de março de 2014

As redes sociais, os artigos de opinião, os blogs e as radicais do costume

O tema das crianças, dizem, virou moda. E a minha pergunta é: Não serão as ferramentas que hoje temos ao nosso alcance que fazem com que um fenómeno que sempre existiu (os pais gostarem de falar dos filhos e partilhar a sua experiência) esteja agora mais visível aos olhos de quem não tem filhos ou de quem não tem muita paciência para o tema, ainda que os tenha?

Penso que a resposta a esta pergunta é: Sim. A única diferença era que antigamente os pais partilhavam uns com os outros, as mães falavam do assunto com outras mães, mostravam as poucas fotos às tias, às primas, às amigas. Hoje, trocam-se experiências neste campo nas redes sociais, como se faz em muitas outras do dia-a-dia. Os blogs tornaram-se os nossos diários. O facebook o nosso álbum de fotografias.

Até consigo entender (e confesso que fico a pensar) naqueles que criticam a exposição exagerada a que sujeitamos as nossas crianças. Concordo que devemos, como em tudo na vida, ter o bom-senso de moderar essas aparições, de ter cuidado com quem partilhamos, ponderar bem aquilo que contamos e o que mantemos no segredo das nossas vidas privadas. Mas daí a virem umas pseudo-moralistas criticar tudo e todos só porque uma pessoa, na sua liberdade democrática, decide contar ao mundo virtual que o filho começou a andar, ou que comeu papa pela primeira vez ou que disse uma piada que deixou a família a rir, vai uma grande distância. E essas pseudo-moralistas irritam-me de morte.

Também já não aguento blogs e posts sobre sumos verdes, fotografias de cada prato de comida que se come por esse mundo fora ou os intelectuais da treta que passam o dia a criticar aqueles que, coitadinhos, não têm a inteligência deles para apreciar o que é "boa música" ou um "bom livro". E lá por já não os aguentar, nem por isso defendo que se devem calar ou que não têm direito de o fazer. Uso a minha liberdade democrática para simplesmente não os ler ou para os bloquear da minha página social. E sugiro a todas as pessoas que já não têm paciência para ler o que os filhos dos amigos fizeram durante o dia ou para ver as suas fotos, que façam o mesmo. Eu própria, já o fiz com algumas pessoas para as quais já não tinha paciência! É uma liberdade democrática que tenho... aproveitem, ainda é gratuita.

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