Há dez anos foi assim

Falávamos ao telefone mais de duas horas todas as noites há mais de duas semanas seguidas. A conversa era inesgotável e a sensação boa de quem se está a apaixonar era melhor ainda. Já nos conhecíamos há alguns anos da escola secundária, de estarmos juntos em festas de amigos comuns ou nos cruzarmos por aí, mas nunca tinha olhado para ele com segundas intenções, nem imaginado sequer estar hoje onde estou. Há dez anos, um jantar em casa dos pais do Z. mudou tudo. Começou pela picardia do futebol, do Sporting vs. Benfica que ainda hoje faz parte da nossa vida e se tornou o único assunto verdadeiramente divergente desta relação. Continuou com trocas de mensagens futebolísticas e acabou com longas conversas ao telefone sobre tudo e sobre nada... A 1 de Março, no aniversário da minha amiga S. ele foi ter comigo a uma discoteca na linha que não faço ideia se ainda existe: Scala. Na penumbra do bar, sentados a uma mesa, o A. perguntou:

-  Posso te beijar?

E eu respondi:

- Claro.

Dez anos depois já vivemos tanta coisa, praticamente tudo maravilhoso. E o nosso amor tornou-se ainda mais completo em Setembro, quando o R. nos uniu para sempre de uma forma inquebrável. Haja o que houver, aquele ser é parte de nós os dois, a parte mais bonita desse amor e nada mudará isso.

Amo-te A., mais do que te amava há 10 anos e menos do que te vou amar amanhã.